A vida adulta é onde os sonhos vão para morrer. E Sophia Amoruso está disposta a lutar contra toda a sociedade que tenta nos colocar em uma caixa, como engrenagens irracionais em uma máquina para seguir o seu sonho - e não se tornar uma adulta chata. Ei, palavras da própria Sophia, eu não tenho nada a ver com isso.
A série original da Netflix foi lançada no dia 21 de abril, é uma interpretação livre (muito livre mesmo, de acordo com os produtores) de como a Sophia construiu seu império de comércio de roupas vintage do nada: um dia catando comida do lixo e pulando de emprego em emprego por causa do seu temperamento incontrolável, no outro ganhando dólares e mais dólares em sua lojinha do eBay.
Decidi trazer para vocês alguns pontos positivos e negativos da série:
Assistir...
![]() |
Eu já entendi tuuuudo. |
1. Não é todo dia que uma garota de 23 anos começa seu próprio negócio (e é bem-sucedida). Mas, cá entre nós, existem muitos fatores envolvidos nesse sucesso que a Sophia alcançou tão jovem e não apenas à sua auto-declarada determinação e seguir seus sonhos independente dos desafios que a vida jogasse na cara dela. Por exemplo, quantas pessoas você conhece que podem ser dar ao luxo de simplesmente desistir da faculdade e desrespeitar todos os que foram corajosos (ou desesperados) o suficiente para contratá-la? Sophia já tem um apartamento e um carro, além de um pai rico para o qual pode correr sempre que precisar - e que seu ego enorme permitir.
2. A trama começa em 2006, mas a série traz uma vibe dos anos 70. As roupas (principalmente as que a protagonista usa e tanto ama), a fotografia e a trilha sonora - que por sinal é incrível, recomendo que ouçam! - remetem a anos muito antes do início dessa trama. Esse foi um dos pontos que me conquistou e fez com que eu decidisse por terminar a série, mesmo que ela não tenha me agradado tanto.
3. É muito rápido de assistir. são apenas 13 episódios com uma média de 30 minutos de duração. Sei que esse não é lá um graaande motivo pra assistir alguma coisa, mas tava difícil arrumar mais coisas positivas. 😅
...ou não?
4. Tem esterótipo negativo por todo lado - e isso me incomodou terrivelmente. O maior exemplo disso é a representação do movimento feminista: a série basicamente deu a entender que são mulheres que sentem falta de alguma coisa e que ficam atrapalhando a vida das pessoas com discurso de ódio contra homens (bem parecido com o que aconteceu no livro O Mundo de Vidro 😒). Por favor, já devíamos ter passado dessa fase há muito tempo, vocês não acham?
5. Roteiro meio sem pé nem cabeça, sinceramente. O melhor que a série teria a oferecer seria o foco no empreendedorismo porque, como eu disse antes, é uma mulher jovem muito bem-sucedida. Poderia ser uma trama inspiradora sobre acreditar em si mesmo... mas vira uma história adolescente com personagens fracos (exceção da Annie, que é rainha dessa $#**@ toda) sobre os romances, amizades e rebeldia injustificável de uma garota com caráter duvidável - o que nos leva ao próximo ponto.
![]() |
Saiba o preço das suas merd*s, porque você foi passado pra trás. |
6. Sophia não deveria ser um exemplo para ninguém, independente de quão bem-sucedida ela tenta se tornado. Sinceramente, eu prefiro acreditar que exageraram nas características negativas da Sophia real no seriado, porque ela é insuportável: seu egoísmo, falta de educação e respeito são disfarçados como independência e determinação. A mensagem da série, que supostamente era correr atrás dos seus sonhos e não deixar as pessoas te subestimarem, foi completamente subvertida. Sophia pisa nas pessoas, comete delitos apenas pelo simples prazer de fazê-lo - e ainda vem o recado de que você ser quem você quiser se não se importar nem um pouco com a opinião alheia. Tão errado.
7. As soluções para todos os problemas saltam diretamente no colo da Sophia. Sinto que a série foi um tanto quanto irreal nesse ponto: uma situação desastrosa se apresentava para a garota mas, com o mínimo de esforço, ela dava um jeito de sair por cima (e ainda vendendo todo o estoque). Isso soou "mágico" demais pra mim. Se fosse para mostrar o percurso para a criação e sucesso de Nasty Gal, que fosse de uma forma sincera - ou seja, com todos os desafios e percalços que a Sophia teve de enfrentar de verdade.
Claro que essa é minha opinião sobre o que eu vi. Recomendo, como sempre, que todos assistam e tirem suas próprias conclusões sobre a nova aposta da Netflix.
Você já viu Girlboss? Concorda com os pontos que eu coloquei aqui? Me conta nos comentários!