De leitor e de louco todo mundo tem um pouco. Acho. Você já parou para pensar que alguns dos seus hábitos de leitura podem ser um tanto quanto peculiares para as outras pessoas? Eu sempre achei minhas manias mais do que normais - mas a surpresa e estranhamento de algumas pessoas me deram a dica de que talvez não sejam tão comuns assim algumas das minhas atitudes. Não tinha lugar melhor do que esse para eu abrir o verbo na esperança de encontrar alguém que faça eu me sentir menos estranha se identifique.
Cheirinho de história
Cheirar as páginas de um livro - seja novo, seja velho - é quase como um reconhecimento do território antes de avançar, parecido com o que fazemos com cães para evitar sermos atacados (não sei bem como essa analogia funciona, mas foi o que veio na minha cabeça). Nem sempre a alergia gosta, porém, mas sigo em frente com o nariz vermelho feito uma rena do bom velhinho. Não considero o hábito de cheirar livros tão estranho porque sei que é um tanto comum... mas isso não muda o fato de que não é muito "normal" ver uma pessoa com o nariz enfiado em um livro.
A biblioteca é por ali
Eu não empresto meus livros. Ponto final. É raro o caso em que eles voltam da mesma forma que foram, por isso se considere uma pessoa muito especial se eu permiti que você levasse algum dos meus consigo. E até mesmo para essas pessoas eu tenho exceções: existem livros que não saem de casa por nada. Também não gosto muito de pegar livros emprestados, por um motivo bem específico: eu crio memórias e conexões muito fortes com as obras que eu leio, a ponto de lembrar do momento da minha vida do qual cada um participou. É muito intenso para eu simplesmente devolver o livro depois - e não é socialmente aceitável surrupiar, eu acho. Por outro lado, pratico muito o desapego e costumo sortear com frequência aqui no blog livros que sinto que não vou reler futuramente (inclusive, o sorteio de Inventei Você? vai até o final do mês!)
São informações importantes, tá bom?
Em algum dos livros que li esse ano, o autor disse nos agradecimentos que as únicas pessoas que os liam era quem esperava ver o seu nome neles - pois bem, o fato de eu saber disso já mostra que não é bem assim, não é mesmo? Fiquei pensando se eu sou a única que lê não apenas os costumeiramente extensos agradecimentos como também as informações de catalogação de todas as obras...Não me conta nada!
A surpresa, para mim, é uma das melhores partes da leitura, por isso gosto de iniciar um livro sem saber nada da história que ele vai me contar - além disso, já tive algumas experiências chatas da sinopse entregar toda a trama da obra e acho que traumatizei um pouco. Quando leio resenhas, costumo passar muito por alto pela contextualização do enredo e foco toda a atenção da opinião do blogueiro: afinal, para mim importa muito mais o que o livro vai me ensinar e me fazer sentir do que os detalhes específicos da história.
O vício precisa ser controlado às vezes
Eu prefiro comprar livros do que outros artigos, como roupas ou maquiagem. Não vejo nenhum problema nisso a princípio... ele surge só quando eu preciso ter uma estante para os livros lidos e outra para os não lidos - mas falo disso depois. Para frear um pouco o meu impulso para adquirir novas obras, criei um esquema de recompensa que tem funcionado bem para mim: a cada cem páginas lidas, eu tenho dez reais de crédito. E, se eu comprar algum livro antes de ter o "direito", as 100 páginas passam a valer cinco reais e eu tenho que pagar pela aquisição antes de poder comprar mais. Pode parecer bobo, mas é o que me salva de gastar a alma nessas promoções maldosas das editoras!
Não encoste, por favor
Vou ser bem sincera: muitas vezes meu guarda-roupa está um caos e meu quarto implorando por uma faxina dedicada - mas a minha estante está impecável. Limpo os livros toda semana com todo o zelo do mundo, aproveitando para reorganizar tanto os livros novos quanto os que foram lidos e resenhados nos lugares a que pertencem. Sim, eu sou a louca da organização na estante: atualmente, estão separados em lidos e não lidos por nome de autor... mas não pára aí. Quem acompanha meus stories do Instagram já deve ter percebido que eu tenho duas estantes, uma branca e uma preta, e a localização delas não é aleatória - e essa é a parte que pode parecer um pouco peculiar. Os livros não lidos ficam na estante branca, cuja posição no quarto é a mais próxima possível do leste - o nascer do sol, um "dia" que eu ainda não vivi; já os livros ficam na estante preta, que é voltada para o oeste - remetendo à noite, um dia que se foi.
Vale a pena ler de novo (?)
Um dos meus hábitos de leitura que eu considero mais "estranho" é justamente um que eu venho tentando mudar porque às vezes me incomoda - além de atrapalhar um pouco. Eu não consigo retomar a leitura de uma série do ponto onde parei, tenho que ler todos os livros de novo para garantir a continuidade. Isso fez com que eu desistisse de muitas sagas maiores (vide The House of Night, por exemplo) ou que demorasse horrores para finalizar uma obra - até hoje não li Herança, o quarto volume do Ciclo da Herança, ou Morte de Tinta, da trilogia Mundo de Tinta, por falta de tempo para reler os outros volumes. Muitas vezes, espero a oportunidade de comprar todos os exemplares de uma vez, mas aí entra conseguir um período de tempo grande entre as parcerias para ser possível ler todos... Acaba sendo um tanto desanimador lidar com essa limitação.
Ufa! Vocês ainda estão aí? Me conta, se identificaram com algum desses hábitos literários ou eu só sou um tanto estranha mesmo? Não deixe de me falar também as suas manias peculiares!
VOA, LIBELINHA
VOA 🙘